terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Enquanto as Universidades defendem o plágio, a Justiça os condena. (às vezes ela funciona)


A Professora Maria Teresa Fialho de Sousa Campos do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV) deverá ser indenizada em R$ 10 mil por danos morais por plágio de sua dissertação de mestrado. A decisão foi do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),
A dissertação foi defendida em 1996, e teve trechos copiados de forma literal e sem citação em obra da Editora Artes Médicas em seu livro “Odontogeriatria – noções de interesse clínico”, mais especificamente no capítulo “Nutrição na terceira idade”. Em vista disso, a autora da dissertação ingressou com processo em 2002.
A Editora Artes Médicas, que em 2010 foi adquirida pelo Grupo A Educação, tentou alegar que não havia plágio, mas sim um erro metodológico devido ao esquecimento da citação. A Editora também tentou jogar a culpa na autora do capítulo que continha o plágio. Já a autora do capítulo alegou ter havido uma “coincidência” devido ao fato de terem sido feitas consultas às mesmas fontes.
Em primeira instância foi determinada a apreensão dos exemplares da obra e multa de R$ 15 mil. Em grau de recurso a multa foi reduzida para R$ 10 mil e foi liberada a venda do livro, com base no fato de o plágio se restringir a apenas um dos 25 capítulos da obra. Por outro lado, a vítima fará jus à indenização por danos materiais correspondentes a 50% da venda da obra.
Apesar dessa medida exemplar de nosso judiciário continuamos a criticar nossas Universidades. Deve-se lembrar que a USP defendeu os plágios dos professores Maluf, Carlin, Rui Curi e a própria Reitora. Da mesma forma, a USFC também foi a justiça defender o plágio de sete de seus professores.

Professor da USP faz plágio e coloca nome da reitora no artigo.




Plágio em artigo da reitora da USP - Professor é demitido e a reitora não sabia de nada clique aqui para ler o original


Em 2008 um grupo de 11 professores USP de Ribeirão Preto apresentou um trabalho de microbiologia publicado na revista biomedical farmacology. Dentre esses autores estava a Reitora Sueli Vilella. Inicialmente, deve-se observar que o trabalho deve ter sido muito complexo para ter sido escrito por tanta gente, afinal ninguém coloca o nome em trabalhos só para encher seu currículo. Mas esse trabalho foi feito de uma forma a economizar o tempo de seus autores por meio de cópias de fotografias publicadas em 2003 e 2006 em revistas americanas por pesquisadores da UFRJ.

O caso veio a tona no final de 2009. Após uma apuração rigorosíssima, a USP constatou que a cópia fora feita por uma aluna de doutorado, a qual teve seu diploma cassado, enquanto seu orientador foi demitido. Concluiu-se que nenhum dos outros pesquisadores sabia do problema, em especial a reitora. Aparentemente, a reitora apenas emprestou a chave do laboratório, ato pelo qual fez merecer sua menção entre os autores. A investigação não explicou como seria a divisão do prêmio caso esse trabalho tivesse recebido o Nobel. Dessa forma, foram-se os anéis, mas ficaram os dedos.
O Professor Andreimar Martins Soares, que pagou o pato pela situação deu uma entrevista a Folha. Nessa entrevista ele declarou que existem muitos casos semelhantes e sua punição foi desproporcional. Ele também afirmou que, por envolver a reitora, sua pena foi determinada de forma política e ele sabia que seria punido antes mesmo de se iniciar a apuração dos fatos.
Posteriormente, a USP encontrou outros artigos do professor Andreimar contendo autoplágio. Ficam as seguintes perguntas: porquê não achou antes? Porque a USP só encontrou quando precisou de um boi de piranha para salvar a pele da reitora? Houve um crime contra o erário devido a apresentação de uma produção forjada, tendo como suspeita a dirigente máxima da USP, porque o caso é apurado pela própria USP? Se for assim porque não se coloca a máfia para apurar os crimes de Al Capone? Onde estão a polícia e o ministério público?
Aliás, a produção da Reitora Sueli Vilela foi impressionante. Ela foi reitora da USP entre 2005 e 2009.  Mesmo sendo reitora na capital e atuando em uma faculdade em Ribeirão Preto, a 300 km de distância, ela fez mais de setenta publicações nesse período. Méritos para a reitora por conseguir dirigir a maior universidade pública do país e, mesmo assim produzir tanto.

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